Rui Rio: Governo atrasa resolução dos problemas da Madeira

27 jul 2018

As taxas de juros cobradas pela República à Região Autónoma da Madeira, o Subsídio de Mobilidade Aérea, o serviço prestado pela TAP e a construção do novo hospital foram os temas que Rui Rio abordou com o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, numa visita que termina no domingo, com a participação na tradicional Festa do PSD/Madeira do Chão da Lagoa


 

Rui Rio considera que o Governo da República trata de forma “desigual” o Estado em relação à Madeira. Mais grave é o Governo socialista estar a “retardar” a resolução de algumas questões importantes por causa das eleições regionais de 2019, acusa Rui Rio. “Eu tenho vindo a acompanhar as principais questões da Região Autónoma da Madeira, mas com a conversa que tivemos consigo ter uma noção mais exata sobre as diversas questões. Haverá mais problemas, mas aqueles que são mais relevantes foram relatados e com os quais estou de acordo com a componente de injustiça que aqui possa haver e tratamento desigual”, afirmou Rui Rio, na conferência de imprensa de balanço da reunião que manteve com o líder do Governo Regional (PSD), Miguel Albuquerque, na Quinta Vigia, no Funchal.

O Presidente do PSD, que iniciou esta sexta-feira, uma visita à Região Autónoma da Madeira, acusa o Estado português de se comportar “como um banco” ao sobrecarregar os madeirenses com juros mais elevados. Rui Rio referia-se à taxa de juro cobrado por Lisboa no empréstimo de 1500 milhões de euros contraído pela Região. “Parece-me de elementar justiça que a taxa de juro da Região Autónoma seja equivalente à do continente”, defende Rui Rio. De acordo com o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, se a taxa de juro for revista [a região paga uma taxa de 3.335% e o Estado, pelo empréstimo da 'troika' 2,5%], até 2040 a Região pagaria 402 milhões de juros em vez dos atuais 542 milhões de euros.

Durante o encontro, Rui Rio e Miguel Albuquerque debateram ainda outras questões, como o Subsídio de Mobilidade Aérea, os atrasos e cancelamentos da TAP e a construção do novo hospital.

Quanto ao Subsídio de Mobilidade Aérea entre a Madeira e o continente, Rui Rio esclareceu ser uma “questão muito simples de resolver porque não tem rigorosamente nada a ver com a despesa pública, tem apenas a ver com uma questão de tesouraria, ou seja, quem tem de adiantar o dinheiro é a entidade pública ou as famílias”.

Relativamente ao serviço de transportes aéreos realizado pela TAP, Rui Rio criticou que as tarifas para a Madeira e Porto Santo sejam “muitíssimo” mais caras do que os voos que a TAP faz para outras partes do mundo. Rui Rio considera que se o Estado tem 50% do capital da TAP, então, tem de cumprir o respetivo serviço público para com as regiões autónomas. Rui Rio observa que esta é, aliás, uma questão “particularmente grave”, já que o arquipélago não dispõe de alternativas.

O líder do PSD pronunciou-se também sobre a construção do novo hospital do Funchal. A concretização da nova unidade é, para Rui Rio, uma “reivindicação justa”, não só porque serviria a população, mas também porque funcionaria como equipamento para alavancar o turismo, principal atividade económica da Madeira. “É uma reivindicação justa ter um hospital com qualidade e capacidade de resposta aos problemas dos madeirenses, mas também aos problemas dos turistas que aqui vêm”, afirmou.

No plano nacional, Rui Rio comentou a mais recente sondagem em relação às eleições regionais da Madeira. “A primeira vez que me candidatei à Assembleia da República, em 1991, uma empresa de sondagens, que era filha desta, dava, a um mês das eleições, um melhor resultado ao dr. Jorge Sampaio, que era secretário-geral do PS, e uma derrota do Prof. Cavaco Silva, que era presidente do PSD. Depois tivemos eleições e o Prof. Cavaco Silva teve a maior maioria de sempre em eleições para a Assembleia da República. Esta empresa normalmente acerta quando o PS ganha. Acho que, desta vez, vai abrir uma exceção, porque é o PSD que vai ganhar e a [empresa de sondagens] vai acertar”, concluiu.