Educação: as aulas regressaram, as dificuldades também

15 set 2017

Escolas com obras em atraso, outras sem a urgente intervenção, encerradas por falta de profissionais especializados ou assistentes operacionais. O ano letivo arrancou com dificuldades para alunos, pais e professores. Há, ainda, registo de alunos com necessidades educativas especiais sem transporte ou existência de turmas mistas (diferentes anos de escolaridade) no 1.º ciclo.

Pedro do Ó Ramos, deputado do PSD, denunciou, recentemente, que sete escolas do 1.º ciclo do Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém se encontram encerradas (Abela, Arealão, Santa Cruz, Aldeia dos Chãos, Relvas Verdes, São Bartolomeu da Serra e Cruz de João Mendes). Em causa está a falta de pessoal auxiliar. “Sendo esta uma situação grave, quando é que o Ministério da Educação vai autorizar a contratação de pessoal para que as aulas comecem nestas sete escolas rurais”, questionou o social-democrata. Na Escola Básica de Deixa-o-Resto, a falta de assistentes operacionais está a afetar o fornecimento de refeições. “Este é mais um sinal dos brutais cortes que este Governo está a fazer e que afeta áreas tão importantes como a Saúde ou a Educação”, afirmou o deputado.

Os pais das crianças que frequentam a Escola Básica 1 de Aborim (Barcelos) estão a protestar contra a existência de uma turma mista, com alunos do 1.º e 3.º anos. Recentemente, o PSD questionou o Ministério da Educação (ME) sobre este mesmo assunto, mas reportando o caso da Escola Básica Integrada de Pereira (Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Velho), depois de ter sido “alertado para o facto dos serviços do ME estarem a impor às escolas a constituição de turmas mistas no 1.º ciclo”, explicaram. “Permanece ainda hoje por responder pelo ministro da Educação a pergunta apresentada pelo PSD, em outubro de 2016, sobre o número de turmas mistas no ano letivo de 2016/17”, acrescentam. Recorde-se que foi aprovada, em Assembleia da República, uma resolução do PSD que “instava o Governo a prosseguir ‘as políticas implementadas no objetivo de reduzir o número de turmas do 1.º ciclo com alunos a frequentar diferentes anos de escolaridade’”, lembraram os deputados em pergunta regimental.

Esta sexta-feira, a imprensa regional dá conta de que, em Coimbra, há alunos que, com necessidades educativas especiais, estão sem transporte para a escola. Está em falta a publicação de uma portaria que viabiliza o concurso para fornecimento de transporte.

Por sua vez, as secundárias João de Barros (Seixal) e Padrão da Légua (Matosinhos) são dois exemplos de escolas que continuam a ser afetadas pelas obras. Há, contudo, muitas outras escolas que, com problemas de infiltrações ou eléctricos, não foram ainda alvo de intervenção, apesar dos apelos da comunidade educativa.

 

 

Mais aqui:

Educação: reforma encapotada, falta de transparência e facilitismo

Escolas sem assistentes operacionais

PSD questiona ministro da Educação sobre mobilidade dos professores