Investimentos: Geringonça chumba pedidos e esconde taxa de execução de obras

20 set 2017

 

O PS, BE, PCP e PEV chumbaram o pedido do PSD para divulgar o grau de concretização dos grandes investimentos, consensualizados em 2014 com o PS, instituições técnicas e com a maioria dos parceiros sociais. Em causa estão grandes obras, como a ferrovia de Sines a Badajoz ou Aveiro – Salamanca, rodovias e estruturas aeroportuárias, já calendarizadas e essenciais para a indústria exportadora e criação de emprego.

O chumbo, ditado pela maioria esta quarta-feira no Parlamento, envolvia um projeto de resolução que recomendava ao Governo a divulgação do grau de realização dos investimentos previstos no Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas (PETI 3+). PS, BE, PCP e PEV responderam com o chumbo da iniciativa, mesmo depois de o deputado António Costa Silva destacar que “não faz sentido discutir o futuro, quando ainda temos um presente por tratar” e de salientar que o Parlamento “sabe pouco” sobre a taxa concreta de realização do PETI 3+.

Hoje o que temos?”, perguntou o deputado, para, logo, responder: “um governo que está há dois anos em funções e nem linhas, nem comboios, nem infraestruturas ou transportes”. Esclareceu que existem “problemas que foram agravados”, como disso é exemplo a “deslocalização das composições que serviam os comboios inter-regionais entre as Caldas da Rainha e Coimbra, na linha do Oeste, para a linha do Douro”.

Sabemos que nos 30 maiores projetos previstos, cinco estão concluídos ou em fase de conclusão, sobre o resto não sabemos nada”, esclareceu, referindo o Peti 3+, lançando novamente o repto: “digam-nos qual é a execução, quais são os projetos”. Os partidos que sustentam o Governo chumbaram, então, o projeto social-democrata, mesmo depois de o PSD ter reiterado que “sempre esteve pronto e disponível para colaborar e acertar consensos com o Governo em matérias fundamentais”.

O País necessita que haja um consenso para as reformas estruturais”, disse o deputado, no Parlamento, acrescentando que, quando se trata de crescimento e desenvolvimento, as matérias devem ser tratadas “com muita seriedade e rigor que é o que vos [Governo e partidos que o sustentam] falta”.

O projeto de resolução do PSD pretendia que o Executivo se comprometesse “em executar investimentos e infraestruturas, projetos de investimento em curso”, explicou António Costa Silva, dando outros exemplos como “as linhas do Minho, a linha Sines-Caia, o conjunto de infraestruturas de ferrovia e rodovia, a linha do Vouga, a linha do Oeste, um conjunto de investimentos que estão calendarizados e planeados”.

 

“É fundamental acabar com mentiras e com o apagão histórico

Para o social-democrata, “é fundamental acabar com mentiras e com o apagão histórico” que está a acontecer no que a esta matéria diz respeito. “Foi o governo PS, liderado por José Sócrates, que optou por inscrever 794 quilómetros da ferrovia no memorando de entendimento da Troika”, disse, explicando que a mesma “ficava circunscrita especificamente a Braga-Faro, Beira Alta, Beira Baixa, todas as outras eram cortadas”.

O PSD considera que é preciso que quem governa “pare com mentiras e de enganar os portugueses”. Foi o Executivo PSD/CDS-PP que “levantou das cinzas, da bancarrota e dos destroços do famigerado TGV o plano estratégico para os transportes e infraestruturas”. O trabalho então desenvolvido resultou num PETI 3+ “aprovado em Bruxelas com projetos identificados, lançados e tudo calendarizado”, e com aprovação do próprio PS.

 

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