“É um insulto à inteligência, mas sobretudo ao sofrimento de todos os portugueses”, afirmou esta segunda-feira o líder parlamentar do PSD, em resposta às declarações de António Costa sobre os incêndios que, recentemente, afetaram o País. “O Estado falhou-nos”, disse, reforçando: “o Estado, que colapsou, falhou a centenas e centenas de portugueses que viram as suas vidas destruídas, perderam os seus bens, muitos deles pagaram o preço deste falhanço com as próprias vidas”.
Segundo denunciou Hugo Soares, também o primeiro-ministro falhou. “Perdeu a oportunidade de assumir uma responsabilidade política [‘que é sua enquanto chefe de Governo’] e de pedir desculpas”, referiu, acrescentando que quem governa devia ter-se dirigido “aos heróis nacionais que, com os bombeiros, têm lutado contra toda esta calamidade”.
O presidente do Grupo Parlamentar do PSD deixou bem claro que António Costa “é o primeiro-ministro da desresponsabilização e é, sobretudo, um primeiro-ministro sem desculpas”, uma vez que se trata do “responsável máximo pela condução das políticas públicas em Portugal”.
“Porque é que esta tragédia acontece, este ano, duas vezes?”, perguntou Hugo Soares. Sublinhando que a resposta à sua questão deve ser dada por António Costa, esclareceu que, tal como é do conhecimento público, “um conjunto de peritos independentes responsabiliza a Proteção Civil, a coordenação no terreno e, evidentemente, quem a tutela”.
Governo: “é até quase jocosa a forma como se apresentam”
As críticas do social-democrata dirigiram-se, também, a outros membros do Executivo: “só podemos reagir com muita indignação às declarações dos membros do Governo. É um total desnorte, raia a indignidade, é até quase jocosa a forma como se apresentam”. Lembrou ainda: “temos um primeiro-ministro a fazer declarações de madrugada que, com um sorriso nos lábios, dizia que era uma infantilidade falar da demissão da ministra da Administração Interna, tivemos uma ministra a dizer que se fosse para casa era para ir de férias, as férias que ainda não teve, e tivemos um secretário de Estado a dizer que competia aos portugueses salvarem e combaterem os incêndios para substituírem os bombeiros, que o Estado não podia chegar a todo o lado”.
De acordo com o PSD, o atual Executivo “não tomou nenhuma medida, desmontou as vigias, não tinha o dispositivo todo preparado e a verdade é que voltou a acontecer aquilo que não podia acontecer”, apesar de se saber “há mais de uma semana que estavam previstas, para este fim de semana, temperaturas muito altas”.
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