Privatização dos CTT: Foi um compromisso de um governo do PS

15 dez 2017

A falta de memória não é uma doença rara nos deputados do Partido Socialista (PS)”, acusou esta sexta-feira o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD (GPPSD), Luís Leite Ramos, na sequência da apresentação de um projeto de resolução socialista a recomendar a avaliação das responsabilidades contratuais dos CTT. “É extraordinário que, dois anos depois de o Governo tomar posse”, o PS sugira “aquilo que é a obrigação” de quem governa. “Raríssima é a assunção de responsabilidades por parte dos seus dirigentes, governantes e deputados”, disse ainda.

Luís Leite Ramos lembrou, em plenário, que o memorando de entendimento da Troika (que remonta a José Sócrates e a “muitos dos ministros que estão no atual Governo”) previa um programa de privatizações que abrangia “transportes, energia e comunicações”. Frisou, assim, que “estava escrito e foi assinado por um governo do PS”, pelo que “só a falta de vergonha é que pode fazer com que se venha acusar o PSD” da privatização dos CTT. Acrescentou, ainda, que “o governo anterior concessionou os serviços postais até 2030”, sendo que a referida “concessão está enquadrada num conjunto de obrigações e objetivos que são definidos e acompanhados pelo regulador, ANACOM e Governo”.

O que é que fez o Governo nestes dois anos? Tem dados do incumprimento dos CTT, relativamente ao serviço universal postal e às obrigações no quadro do contrato de concessão? Porque é que não agiu?”, questionou o social-democrata. “É esta falta de pudor que é marca deste Governo e do PS, porque não assumem as suas responsabilidades”, esclareceu.

Luís Leite Ramos criticou, assim, Executivo e socialistas por, “mais uma vez, não assumirem aquilo que é a função do Estado. “Aquilo que o País precisava e pedia era que, de uma vez por todas, governassem e olhassem para a defesa dos interesses dos portugueses e não passassem o tempo a atirar a responsabilidade aos outros”.