Rui Rio: o País necessita de um verão “mais tranquilo”

09 mai 2018

 

Em declarações após reunião com a UGT, o Presidente do PSD reforçou ser “de uma enorme importância” que o Executivo prepare devidamente a época de calor que se aproxima. Reiterou que deve haver um esforço para que o salário mínimo suba, tendo em consideração a produtividade da economia. Foi, ainda, questionado sobre o Orçamento do Estado e a reforma da Justiça

 

O Governo, como um todo, não tem tido a capacidade que se impunha para que possamos encarar o verão com outra tranquilidade”, disse esta quarta-feira o Presidente do PSD. “Temos de ter um período mais tranquilo”, salientou, acrescentando que, “se o tivermos, vai derivar muito da sorte e do clima e menos do planeamento e do trabalho que o Governo conseguiu nesta matéria”.

Questionado pelos jornalistas a propósito das recentes declarações do Presidente da República, Rui Rio destacou que Marcelo Rebelo de Sousa “considera muitíssimo importante aquilo que se vai passar relativamente aos incêndios”. Assinalou, assim, que é “de uma enorme importância que o Governo, e as autoridades dependentes politicamente dele, consigam preparar o verão”, a fim de que “possamos ter uma capacidade de resposta muito superior àquela que tivemos há um ano que foi muitíssimo fraca”.

O líder do PSD lembrou, assim, que as “trapalhadas” que se têm vindo a verificar não tranquilizam, “de modo nenhum”, o País, nomeadamente “a questão dos meios aéreos”, a falta de equipamentos noticiada esta quarta-feira, e as “sucessivas demissões e substituições do comandante nacional da Proteção Civil”. “Estou à espera de uma primeira notícia positiva que nos dê esperança de que possamos ter um período mais tranquilo”, afirmou.

 

Salário mínimo: aumento deve ter em consideração produtividade da economia

Rui Rio reuniu com a UGT. Após o encontro reforçou que o que tem “vindo a defender, enquanto Presidente do PSD, é que haja um esforço para que o salário mínimo nacional suba sempre um pouco acima da inflação”, tendo sempre em linha de conta a produtividade da economia. Salientou, contudo, que um aumento acima dos 600 euros deverá ser discutido “em sede de concertação social, designadamente entre os sindicatos e as entidades patronais”, para que se encontre “um valor ajustado pelas duas partes”.

 

PSD “nunca poderá concordar” com OE que “possa ser contrário” às necessidades do País

Questionado pelos jornalistas sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2019, o Presidente do PSD foi explícito ao dizer que “em primeiro lugar” deve estar a “estabilidade política”. “Termos legislaturas que não cheguem ao fim é sempre mau”, explicou. Contudo, defende que “essa estabilidade política não deve ser conseguida a qualquer preço”. Por isso, esclareceu que “do lado do PSD, preservando o valor da estabilidade política, nunca se poderá concordar com um documento que possa ser completamente contrário àquilo que entendemos que o País necessita”. Mas, tal como afirmou em Coimbra esta terça-feira, “o documento [ainda] não existe”, pelo que não se pode pronunciar sobre algo que desconhece.

 

Justiça: “não é sustentável uma democracia de qualidade com a capacidade de resposta tão baixa

Rui Rio reiterou a necessidade de, “em termos de regime”, “fazer um conjunto de reformas”. “Coloco a Justiça em primeiro lugar”, disse, argumentando que “não é sustentável uma democracia de qualidade com a Justiça com uma capacidade de resposta tão baixa”. E acrescentou ter “consciência” de que, para que a reforma se efetive, é preciso “alguém para dar o empurrão”. “Nenhum partido sozinho vai fazer reforma nenhuma”, referiu.

 

 

 

 

Rui Rio em reunião com a UGT