No jantar de final de sessão legislativa do Grupo Parlamentar do PSD, esta terça-feira, Rui Rio fez um diagnóstico exaustivo e consistente sobre a saúde. O Presidente do PSD questionou se o Governo está a cumprir a Constituição nesta matéria. Rui Rio entende que é preciso fazer “uma reforma estrutural” no setor e assente na concorrência entre público, privado e setor social.
Rui Rio considera a saúde “o ponto mais frágil onde o Governo mais tem falhado”. “A pergunta que o PSD e os portugueses fazem é: o Estado está a cumprir a Constituição? Está a oferecer o acesso a todos de forma tendencialmente gratuito ou o Estado ele próprio não está a cumprir a Constituição?”, interrogou.
“Se fizermos um diagnóstico do Serviço Nacional de Saúde, seguramente que temos dificuldade em achar que a Constituição está a ser efetivamente cumprida”, defendeu, apontando que cerca de 2,7 milhões de portugueses têm necessidade de ter um seguro de saúde.
Rui Rio calcula a ineficácia do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em cerca de 1.500 milhões de euros, ou seja, 0,75% do Produto Interno Bruto, e defende que o país tem de ser capaz de “fazer mais com o mesmo” investimento ou, pelo menos, “fazer o mesmo com menos”. “O problema não é só atirar com dinheiro para cima do SNS, aquilo que o PSD tem obrigação de propor é um paradigma diferente, uma reforma estrutural do SNS com um só objetivo: que o Estado cumpra a Constituição da República”, apontou.
Como linhas-mestras desta reforma, Rui Rio preconiza que o SNS tem de continuar a ser visto como “uma conquista indiscutível da sociedade portuguesa” e tem de gerir os setores públicos, privado e social “sem complexos ideológicos”.
O Presidente do PSD defende “uma maior concorrência no sistema”, quer entre público e privado, quer dentro do setor público, dizendo rejeitar qualquer primazia de qualidade dos privados.
“Não consigo aceitar que o privado é necessariamente melhor que o público. Se o privado consegue fazer bem, não posso aceitar que o publico não consiga”, defendeu. No entanto, segundo Rui Rio, “o Estado não tem de fazer tudo”, embora tenha de ser “o elemento central do SNS”.
O Presidente do PSD propõe um reforço da autonomia das administrações hospitalares, um sistema de incentivos e penalizações em funções dos objetivos e um reforço da transparência para que os portugueses possam conhecer os rácios de cada hospital e “pressionar” os piores. “Nesta evolução – não é uma revolução – que entendo que o SNS deve ter há um ponto absolutamente decisivo: chama-se fiscalização, regulação e avaliação, o que se faz no público e privado tem de ser comparável quer em quantidade quer em qualidade”, afirmou, assegurando que o objetivo desta reforma não é “facilitar a vida aos privados para ganharem dinheiro à custa do público”.
Rui Rio voltou a defender a penalização fiscal dos produtos nocivos para a saúde, como os que têm mais sal e açúcar, beneficiando, por outro lado, produtos mais saudáveis. “Achei importante, antes de irem de férias, não deixar que todas as críticas que o grupo parlamentar e eu próprio fizemos ao Governo fiquem apenas pela destruição, mas também pela construção de uma alternativa”, afirmou, numa intervenção que se estendeu por cerca de 40 minutos.
Rui Rio recebido pelo Presidente da República
Leia mais
Rui Rio: desemprego desce à custa de baixos salários
Leia mais
Rui Rio: os madeirenses confiam “na competência de Miguel Albuquerque”
Leia mais
Rui Rio encontrou-se com membros do CEN da Madeira
Leia mais
Rui Rio: Governo atrasa resolução dos problemas da Madeira
Leia mais
Centro de Negócios da Madeira reveste-se de "importância capital"
Leia mais
Rui Rio recebeu Pedro Nascimento Cabral, candidato ao PSD/Açores
Leia mais