A coragem de mudar: sem truques, habilidades, recuos e malabarismos

20 jan 2017

A economia portuguesa encontra-se perante uma encruzilhada: ou bem que dá um salto de competitividade baseado no estímulo sério ao investimento externo, ao reforço das exportações e da internacionalização, ao empreendedorismo inovador, à capitalização e ao ganho de escala das suas empresas ou bem que vai lentamente definhando, arrastada por um modelo que teima em gerar crescimentos anémicos porque lhe falta a confiança necessária para criar emprego e a dinâmica saudável que só nasce da aposta determinada nas reformas necessárias.

Se quisermos voltar a ter, e a gerar, confiança na nossa economia temos que saber criar um ambiente favorável ao investimento privado. Sem truques, sem habilidades, sem recuos e sem malabarismos.

Tal passa necessariamente por uma mensagem política consistente, e uma prática real consequente, de apoio às empresas sem condicionalismos ou anacronismos ideológicos anti economia de mercado e anti setor privado, e através de um combate eficaz ao excesso de burocracia, de uma aposta consistente numa justiça célere, da reconquista da competitividade e da estabilidade fiscal, da retoma das reformas estruturais que assegurem a sustentabilidade da Segurança Social e a eficácia e agilidade de um Estado que se quer forte, transparente, ágil e amigo do investidor.

Como País, e como economia, temos de eliminar de vez a instabilidade das políticas, temos de esvaziar definitivamente a imagem negativa da política meramente instrumental e temos de saber responder à indiferença e de vencer os vários populismos (entre os quais se contam o populismo meramente tático e o populismo demagógico) para ir de novo ao encontro dos portugueses.

O PSD encarna em Portugal a coragem de não desistir, a coragem de reformar, a coragem de apontar o caminho certo por mais difícil que este seja, a coragem de lutar, a coragem de mudar, a coragem de rasgar horizontes e a coragem de cortar com consensos estéreis, no fundo e no fim, a coragem de mudar. E, logo, a coragem de sonhar com um País verdadeiramente melhor.

Portugal não está condenado a um grande sono em que julgamos que ganhamos tempo sem nos apercebermos que, de facto, estamos a perder o futuro. Há um caminho para voltar a crescer. E para voltar a acreditar. Esse caminho é o caminho da modernidade, da força genuína das políticas sociais sustentáveis, da reforma equilibrada mas ambiciosa do Estado, e da energia de uma economia assente no vigor do investimento privado. Esse é o caminho pelo qual vale a pena lutar.

 

Pedro Reis

Presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro